Há quem more e trabalhe sozinho. E como não vê ninguém por muitos dias, tem uma tendência maior a falar consigo mesmo, algo cientificamente associado a pessoas que passam mais tempo sem nenhuma companhia.
No entanto, até mesmo quando está rodeada de gente, essa pessoa pode se pegar tendo uma conversa inteira consigo mesma, o que de forma alguma é um sinal de loucura. Na verdade, a psicologia diz que isso pode revelar certos traços de personalidade e habilidades excepcionais associadas a uma inteligência emocional acima da média.
Você tem uma grande capacidade para resolver problemas: Ao discutir assuntos, especialmente em voz alta, podemos encontrar soluções mais rapidamente, pois expressar nossos pensamentos em voz alta atua como um catalisador cognitivo. O que a psicologia chama de fala autodirigida nos permite gerar respostas muito mais inteligentes e organizadas, promove a memorização e aprimora o processo de reflexão, porque organizamos nossos pensamentos e os examinamos sob uma perspectiva diferente.
Você se concentra melhor: Assim como as crianças narram o que estão fazendo enquanto aprendem uma tarefa, os adultos que conversam consigo mesmos estruturam as etapas de uma tarefa e concentram sua atenção no que estão fazendo. Manter um diálogo interno pode ajudar a melhorar a concentração porque, cognitivamente, ativa áreas do cérebro relacionadas ao planejamento. É uma estratégia natural para manter o foco.
Você tem uma ótima autoconsciência: Ter o hábito automático de conversar consigo mesmo, dar-se instruções, narrar o que está acontecendo ou como se sente, ou se encorajar, pode estar associado a uma maior consciência dos seus processos internos; em outras palavras, tende a ter maior autoconhecimento. De fato, o diálogo interno pode nos ajudar a obter informações sobre nós mesmos, pois nos permite dar um passo para trás e nos ver de uma perspectiva diferente.
Você mantém uma autoestima elevada: O diálogo interno positivo aumenta nossa autoestima, enquanto o diálogo interno negativo mina nossa confiança. Quando conversamos conosco mesmos e usamos o diálogo interno motivacional, como Simone Biles faz antes de uma competição, podemos interromper pensamentos negativos que poderiam nos atrapalhar, reduzir o estresse, aumentar a confiança e melhorar o desempenho.
Você tem mais criatividade: Manter um diálogo interno pode gerar novas ideias porque está ligado à inteligência emocional e à criatividade. Se considerarmos que está envolvido no raciocínio consciente e no processo de pensar com palavras, não é de admirar que nos ajude a ser mais criativos nesse processo, pois, mais uma vez, permite-nos descobrir diferentes perspectivas.
Sua capacidade de autorregulação emocional está melhor: O simples ato de falar consigo mesmo na terceira pessoa em momentos de estresse pode ajudar a controlar as emoções sem aumentar o esforço cognitivo. Por exemplo, quando você está estressado e diz para si mesmo "respire" em voz alta, o comando reduz a reatividade emocional.
Você tem um compromisso maior consigo mesmo: De acordo com a visão tradicional que define a comunicação como uma troca de informações, o diálogo interno parece uma anomalia, pois qual seria o sentido de trocar informações consigo mesmo? Bem, acontece que, quando falamos conosco mesmos, usamos as mesmas estruturas linguísticas e pragmáticas que usamos quando falamos com os outros, e essa linguagem interpessoal se torna um sistema de comunicação próprio.
As funções comunicativas adaptam-se ao contexto interno para informar, orientar, motivar, consolar ou avaliar o que fazemos e, dessa forma, essa comunicação facilita o cumprimento de compromissos e a tomada de decisões, da mesma forma que conversamos com terceiros. E se você ainda não conversa consigo mesmo, saber de todos os benefícios pode lhe dar o incentivo necessário para começar!